MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS ATRAVÉS DE TERAPIAS COMPLEMENTARES
Adriana S. Lourenço dos Santos
Antônio José Lourenço dos Santos
Um pouco da nossa experiência
Contemplamos nesta parte de nosso trabalho de pesquisa bibliográfica, para relatar a nossa experiência enquanto educadores no ensino especial e do uso e aplicação das terapias complementares em alunos com necessidades educativas especiais. Ele pode delinear os primeiros passos para um modo complementar de educar e de uma nova práxis, com a busca da essência da vida e da saúde, através de um espírito criador e de uma pedagogia holística.
No atual contexto, onde prevalece à cultura do ter em detrimento do ser, observamos que se dispõe cada vez menos de tempo para refletir sobre o verdadeiro sentido da vida, da saúde e da doença. Com o intuito de minimizar essa dificuldade, partimos em busca de outras formas de conhecer o ser humano, percorrendo outros caminhos terapêuticos. Percebemos a necessidade de conhecer a essência do ser e isso nos levou a buscar alternativas.
Além de Pedagogos, temos formação em Terapias Complementares como Reiki e Cromoterapia. Também nos dedicamos a pesquisar outras terapias como a Musicoterapia e Aromaterapia. Todas essas pesquisas nos instigaram a aplicar as terapias complementares em consonância ao pedagógico, com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos alunos com necessidades especiais e auxiliar no processo de aprendizagem. Visto que a aprendizagem não pode ser encarada apenas como o ensinar a ler e escrever, mas a abordagem de vários aspectos relativos ao crescimento e desenvolvimento humano, permitindo ao aprendente, vivenciar experiências que possam ajudá-los durante sua existência.
A nossa experiência enquanto educadores vêm acontecendo desde 1985, na cidade do Rio de Janeiro, onde lecionávamos no ensino regular com turmas de 1ª a 8ª séries do Ensino Fundamental. Muitas vezes nos deparamos com alunos inquietos, com alunos que não conseguiam aprender. Pela falta de informação não sabíamos lidar com este tipo de aluno, pensando tratar-se de falta de limites.
Nossa caminhada continua, e para que o leitor possa melhor compreender, necessitamos relatar a nossa trajetória espiritual e sua relação com a nossa experiência na Educação Especial.
Quando viemos morar em Rio do Sul tivemos a grande oportunidade de conhecer mais de perto as terapias complementares, das quais nos apaixonamos rapidamente. Fizemos diversos cursos, fomos a vários seminários, palestras e também recebemos tratamentos da maioria destas terapias.
No ano de 2003 comparecemos ao um seminário de Reiki, que significa segundo CARLI (2000) energia vital universal. Nesse seminário estava presente um grupo de pessoas, das quais uma era Mestra de Reiki. Fizemos várias sessões de relaxamento, aprendemos como utilizar e aplicar o Reiki e através de uma iniciação tornamo-nos reikianos. A partir dessa época sentimo-nos mais serenos e bem dispostos e nossa vida mudou em vários aspectos. Aprendemos a nos cuidar, a respeitar nossos limites, e continuamos nossos estudos aumentando nossos conhecimentos sobre esse tipo de energia.
Nessa caminhada meu esposo e companheiro de monografia, que sempre gostou de procurar respostas científicas e lógicas para todos os fatos, dedicou-se a estudar as Terapias Vibracionais.
Nossas leituras na busca do conhecimento sobre terapias Vibracionais, nos conectaram com cientistas holísticos como Bárbara Brennan (1987) que, através da física quântica, revela que:
“somos feitos de energia, interagindo e transmutando num infinito presente em ação. Somos um átomo fazendo parte de um infinito universo vibracional”.
No ano de 2004, começamos a trabalhar como professores do ensino especial, na escola Recanto Alegre no município de Rio do Sul em Santa Catarina, que tem como entidade mantenedora a APAE.
Nessa instituição, tivemos a oportunidade de atuar em turmas de alunos autistas, com síndrome de Down, TDAH e DM, classificados conforme diagnóstico médico e psiquiátrico, alguns deles apresentando também deficiências múltiplas.
No caso dos alunos autistas, verificamos que o Psiquiatra prescrevia medicações que atuavam diretamente no Sistema Nervoso Central. Sentíamos que eles necessitavam algo mais em suas vidas, além de acompanhamento pedagógico e multidisciplinar. Como o nosso trabalho também atua no Sistema Nervoso Central, pensamos em aplicar Terapias Complementares a fim de auxiliar os tratamentos tradicionais.
Na rotina dos autistas, as atividades iniciavam com relaxamento em consonância com a musicoterapia. Eram colocadas músicas instrumentais, sons da natureza ou sons de animais. Esses gêneros musicoterápicos eram usados de acordo com o estado de humor dos alunos. Observou-se que estes gêneros de sons proporcionavam efeitos relaxantes. Como apoio era, usada a Terapia Vibracional, aplicada na região da cabeça por intermédio do Reiki.
No início da aplicação alguns alunos não deixavam que os tocassem, porém com a continuidade verificou-se que quando estavam agitados, procuravam as mãos do professor aplicador e as encaminhavam diretamente na região da cabeça. Um aluno autista de 18 anos, após ingerir os medicamentos alopáticos, ficava com o rosto avermelhado e dava pancadas em sua cabeça, produzindo sons de dor. Com aplicações diárias de Reiki e de massagens faciais, o mesmo foi apresentando um comportamento mais tranqüilo e já conseguia por vezes se manter concentrado por alguns minutos em alguma atividade pedagógica dirigida.
Na aplicação da cromoterapia, era usado como instrumento uma lanterna, primeiramente com a cor verde e azul e na continuidade das aplicações foram introduzidas outras cores de acordo com a necessidade de cada aluno. Era colocado o filtro verde na base da lanterna, e era aplicado um banho de luz em volta de todo o corpo do aluno. Após essa aplicação era aplicada a cor azul no meio da fronte.
A aromaterapia foi usada em forma de incensos colocados dentro do ambiente da sala de atividades. As essências de camomila, rosa branca, aloe véra, alecrim, canela e outras mais, servem para ajustar o equilíbrio energético.
A turma do Ensino Fundamental era composta de seis alunos, com diagnóstico de hiperativos e deficientes mentais moderados e graves. Cada um demonstrava um ritmo de aprendizagem e acreditávamos no potencial de cada um, porém o ensino fundamental tem um caráter alfabetizador, conforme citado anteriormente. Essa turma já trazia consigo um histórico de fracasso escolar. A maioria desses alunos já havia passado por diversas experiências no ensino regular, sem sucesso no processo de alfabetização.
Como já foi descrito acima foi utilizado, a musicoterapia no início de cada aula, seguido de um relaxamento “Relax e Programação Positiva” do Dr. Pedro Antônio Grisa, no qual os alunos ouviam as mensagens. Pudemos observar que o aluno com diagnóstico de TDAH de início não conseguia ficar por muito tempo relaxado. Ele sempre mexia o seu corpo como também tirava os outros alunos da concentração. Conforme foram feitas às outras sessões, ele foi se acalmando, refletindo no seu tempo de concentração nas atividades de alfabetização. Os alunos com deficiência mental grave ficavam em silêncio ouvindo. Uma dessas alunas sorria muito e demonstrava alegria a ouvir a meditação como também as músicas.
Num outro momento era aplicada a luz na fronte tem como indicação a estimulação da criatividade e maior concentração. Segundo Pagnamenta (1998, pg.32) As crianças irrequietas estudam melhor com a luz azul. Observou-se que três desses alunos tiveram melhor fixação dos conteúdos. Saíram do analfabetismo funcional, e conseguiram atingir ao nível silábico alfabético. No final do ano já liam pequenos textos e escreviam frases simples. Esse fato de alfabetização ter se dado para três desses anos, mostrou-nos uma grande vitória. Por que o fracasso de anos se tornou um trunfo, com isso houve a melhora da auto-estima e verificamos serenidade em seus semblantes como também a diminuição dos ataques de epilepsia. Não podemos afirmar com cunho científico se todo tratamento realizado, contribuiu para a diminuição desses ataques que antes eram freqüentes.
A aplicação de Reiki era feita em dias alternativos e também de acordo com os transcorrer do dia. Inicialmente eram feitas aplicações (imposição das mãos a distancia), para todo o grupo, depois aplicávamos o Reiki na cabeça e logo após no coração. Cada um apresentou uma reação. Teve dias que uma das alunas chegou a chorar, dizendo estar com saudades de um ente querido, mais tarde soubemos que essa menina foi criada pela avó que já havia falecido. Cabe salientar que essa aluna não conseguiu se alfabetizar plenamente, mas demonstrava encorajamento e desenvoltura nas atividades extracurriculares e passou a pertencer ao grupo do coral da APAE.
Um dos alunos (autista), com as aplicações de Reiki começou a interagir melhor com a turma. Deixava que seus colegas pegassem seu jogo de dominó, jogo preferido no qual ele não compartilhava com ninguém. Apesar da ecolalia acentuada, por vezes chegou a nos chamar pelo nome.
Acreditamos que com uma visão holística da realidade da educação especial, possibilite aos profissionais da educação o reconhecimento de que para o pleno gozo da felicidade, saúde, aprendizagem é necessário um relacionamento integrado entre corpo, mente e espírito, e devemos ver nossos alunos com um ser total e não um ser isolado. O tema deste trabalho em Educação Especial nos deu coragem de experimentar muitos modos de ser e iluminou nosso projeto, não só o nosso trabalho, como também o nosso projeto de vida. Por isso nos propusemos a lançar, através do relato de nossa experiência, nossa intenção, já preconizada por Jorge Larrosa (2000) quando diz: “teremos, talvez, que aprender a viver de outro modo, a pensar de outro modo, a falar de outro modo, a ensinar de outro modo”.
A Síndrome de Down, uma combinação específica de características fenotípicas que inclui retardo mental e uma face típica, é causada pela existência de três cromossomos 21 (um a mais do que o normal, trissomia do 21), uma das anormalidades cromossômicas mais comuns em nascidos vivos. Autores: Equipe ABC da Saúde.
o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) continua sendo um dos transtornos menos conhecidos por profissionais da área da educação e mesmo entre os profissionais de saúde. Há ainda muita desinformação sobre esse problema.De acordo com Aline Berghetti Simoni Belleboni - Fonoaudióloga graduada pela Ulbra / RS; Especialista em Linguagem ênfase Fonoaudiologia Escolar pelo Ipa / RS; Especializanda em Psicopedagogia Clínica e Institucional pelo La Salle / RS